Por Alysson Melo
O Longa
apresenta a vida de Júnior (Marat Descartes) que volta a morar com o Pai,
depois que perdeu o emprego e se separou da esposa. Ao chegar na casa que um
dia já foi seu lar, ele se sente um estranho e passa seus dias no sofá do velho
Sênior (Antônio Fagundes) remoendo a separação, o desemprego e sonhando com a
jovem inquilina Bruna (Sandy).
Após achar alguns objetos que pertenciam à sua
mãe, Júnior passa a querer saber tudo sobre a história da famíla e desenvolve
uma estranha obsessão pelo passado, passando a confundir delírio e realidade.
O diretor
Marco Dutra faz uma adaptação livre do livro 'A arte de produzir efeito sem
causa' de Lourenço Mutarelli, o diretor monta com louvor a direção do filme
trazendo uma história diferente das quais estamos habituados a ver nos cinemas.
A narrativa
vai criando uma tensão aos poucos que leva muito ao suspense, e ao imaginário
onde loucura e delírio estão juntos. O ator Antonio Fagundes está muito bem no
papel de Sênior pai de Junior, nos trazendo uma boa atuação assim como de Marat
Descartes que deu vida ao personagem de forma que em cena ele se sobressaiu e
nos apresenta uma atuação digna de aplausos, a forma como ele incorporou desde as falas, trejeitos e atitudes que eram necessárias para dar
um tom de realidade nas cenas. O Personagem da Sandy não acrescenta muito na
história que fica mais no papel de coadjuvante entre Pai e filho, no contexto
levando em consideração roteiro e atuação, acredito que boa parte de trejeitos
e falas vem muito da própria Sandy, ela faz bem o seu papel que é atuar e o faz
de forma correta nada muito surpreendente, talvez o fato da Bruna também ser
música e cantar no longa tenha sido o ponto que relembramos que ali é a Sandy
como ela mesma e isso talvez não fosse o ideal, mas de fato isso não atrapalha
na narrativa.
O roteiro
tem sim seus clichês de gênero suspense/terror americanizado para dar sustos
como poucas iluminações, objetos que se movem, barulhos pela casa, o filme
instiga muito esse lado da tensão, do medo, mas definitivamente se o intuito
era assustar isso foi colocado de lado deixando a loucura e possessão de lado e
partiu mais para o drama familiar entre pai e filho e esse foi com certeza um
dos acertos..
As cenas de
possessão, violências e loucuras são bem realistas e o ator Marat Descartes convence
nesse aspecto, a trilha sonora é boa de se ouvir, boa parte composta por
músicas instrumentais mesclando com musicas da Bruna (Sandy).Com baixo
orçamento onde boa parte das cenas é feita dentro de um apartamento, Marcos
Dutra acerta na fotografia, onde a iluminação é um dos pontos altos da película,
na sua escolha da Sandy para o longa, pode ter sido para deixar o filme mais
comercial, afinal não é todo dia que vemos a cantora Sandy em um filme de
suspense. Assim como Antonio Fagundes que traz toda a sua maturidade e
experiência como ator, sendo esse um outro ponto forte .
Nas cenas
finais a história ganha um novo ritmo onde nada é o que aparenta ser e com um
final pra lá de diferente onde prevalece o drama familiar e aceitação.
Um filme
inquieto, estranho e diferente e só por fugir das comedias brasileiras já é
valido dar uma conferida, filmes como esse são difíceis de se ver aqui no
Brasil mas quem sabe a partir desse, diversos diretores comecem a entrar no
gênero suspense/ terror. O cinema nacional necessita de filmes assim, recomendo
a assistirem de cabeça e mente aberta e sem criar muitas expectativas. Por mais
que possam estar curiosos com a história, descobrir assistindo é muito melhor.
Nota: 8,0
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